segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Curso Salto para o Futuro - Atendimento Educacional Especializado

Nos dias 06 e 07 de novembro, a convite da querida Maristela Zuquelo, coordenadora do Programa Salto para o Futuro,  participei de uma das etapas de formação sobre o Atendimento Educacional Especializado. Dentre as falas, abordei sobre o funcionamento, a caracterização, os objetivos, a fundamentação legal e teórica e as estratégias de intervenção para os alunos matriculados no Serviço de Atendimento Educacional Especializado - SAEDE realizado na Apae de Curitibanos. 
        O Serviço de Atendimento Educacional Especializado tem por objetivo qualificar a estrutura do pensamento do educando para o desenvolvimento dos  processos mentais superiores, através de metodologias, estratégias e recursos pedagógicos, que possibilitem a apropriação do conhecimento científico. Dentre as questões trabalhadas estão às relacionadas à: autonomia, diferentes formas de linguagem, concentração, atenção, memória, organização, análise e síntese, classificação, comparação, orientação espacial e temporal, resolução de problemas e textualidade.
     Dentre as estratégias sugeridas destacamos o trabalho com blocos lógicos, jogos psicopedagógicos  e mapas conceituais. 
          
 


domingo, 11 de novembro de 2012

Faith Judge: O que aprendi com meus irmãos autistas



Indicação do professor José Antonio Klaes Roig, editor do blog Educatube, Faith Judge: O que aprendi com meus irmãos autistas é um relato simples  com uma bela mensagem.  Dentre as falas mais interessantes destaco:
"A normalidade desconsidera  a beleza que a diferença nos traz."
O fato de sermos diferentes não significa que um de nós esteja errado. Significa apenas que há um tipo diferente de certo.
E para finalizar: Se eu puder dizer apenas uma coisa para vocês será: Vocês não precisam ser normais, vocês podem ser extraordinários.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

terça-feira, 28 de agosto de 2012

História de Carly

Ninguém sabe o que é ser eu. O que é não poder sentar quieta porque parece que minhas pernas estão pegando fogo. É como se centenas de formigas estivessem escalando meus braços.

É assim que Carly se explica. Diagnosticada com autismo severo associado a retardo mental, Carly vive submersa em seu próprio mundo. Impossibilitada de explicar o que sente, durante muito tempo foi submetida a sessões intensas de terapia.
Aos onze anos, no entanto, algo surpreendente acontece e diante de uma tela de computador Carly consegue dizer um pouco do que sente. Carly pede ajuda.
Diante de sua história, alguns conceitos tornam-se questionáveis. Viveria o autista num "mundo próprio"e fechado? Nas palavras do pai,  Carly se vê como uma pessoa normal dentro de um corpo que ela mesma não controla.
De fato, há muito mais ocorrendo dentro deles do que pensamos.
Temos, como pais e educadores, conseguido enxergar além  de suas crises, de seus déficits, de seu isolamento e de seus rígidos e restritos padrões de comportamento? Que olhares e representações temos construído sobre a pessoa com autismo? Quanto subestimamos suas capacidades? Quantas vezes nos referimos a eles suspeitando que não nos compreendem? Temos buscado alternativas para que se comuniquem? Acreditamos no seu potencial?
A história de Carly nos faz refletir ainda sobre o poder da tecnologia como ferramenta capaz de facilitar a vida de um grande número de pessoas com deficiência e possibilitar o acesso ao conhecimento dando condições ainda, para que interajam e possam expor suas ideias e sentimentos acerca do mundo que os rodeia.
O desafio maior que se coloca diante de nós, educadores é adentrar este universo ainda desconhecido e obscurecido da pessoa com autismo. Calçar seus sapatos e caminhar com eles.

 

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Participação no 1º Encontro Regional dos NTEs do Planalto e Meio-Oeste Catarinense.

Aconteceu no dia 02/04/2012 o Primeiro Encontro Regional dos NTEs do Planalto e Meio-Oeste Catarinense, evento em que participei conversando com as equipes dos NTEs da região com a palestra Tecnologias Educacionais, para quem precisa se incluir. Na oportunidade, falei sobre o contexto atual da educação e as possibilidades de inclusão a partir dos princípios e do trabalho com as tecnologias, apresentei algumas reflexões e recursos para acessibilidade, bem como, alguns softwares que podem potencializar o desenvolvimento de pessoas com deficiência intelectual.

Agradeço ao coordenador do Núcleo de Tecnologias de Curitibanos, Jorge Yoneda pelo convite e à sua equipe pelo carinho e acolhida.

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quarta-feira, 21 de março de 2012

O Líder da Classe

Brad Cohen é o personagem central do filme "O Líder da Classe". O verdadeiro Brad convive com sua companheira - como refere-se no filme - a Síndrome de Tourette, desde os seis anos de idade. Vive hoje em Atlanta, é casado com Nancy, mantém uma associação para pessoas com a síndrome e faz o que lutou uma vida inteira para concretizar: Ser professor.

Leve, engraçado e uma grande lição de vida e persistência. Assim é o filme. Brad nunca foi vítima da sua deficiência. Do contrário. Usou a síndrome para criar, desde muito cedo uma filosofia de vida, dedicando a maior parte do seu tempo perseguindo um ideal.

Vygotsky em seus escritos sobre Defectologia e Compensação teoriza que existem dois tipo de deficiência. Uma, a deficiência primária, de causa orgânica; outra, secundária, sendo esta, medida socialmente e remetendo ao fato de o universo cultural estar construido em função de um padrao de normalidade.

A teoria focaliza a distinção entre estas concepções, enfatizando a deficiência orgânica enquanto diferença, como um signo da humanidade; enquanto a secundária, como grande limitadora do indivíduo. Para ele, em grande parte das vezes, " As consequências sociais do defeito acentuam, alimentam e consolidam o próprio defeito"

O defeito tratado na teoria de Vygotsky, é assim compreendido como uma invenção social. O desenvolvimento da criança com deficiência não está condicionado apenas ao fator orgânico, mas, fundamentalmente à forma como a deficiência é significada pelo grupo social do qual faz parte. Assim, o déficit orgânico da deficiência torna-se subordinado às ações culturais. Como resultado e em decorrência dessse olhares, consolidam-se ações que poderão, ou serem adequadas, ou empobrecer o processo de desenvolvimento destes sujeitos. 

 O filme ilustra de forma muito pontual essa fala. Não é a deficiência que limita Brad, é a forma como é significada pelas pessoas. A deficiência cria nele um desejo que funciona como elemento propulsor, uma espécie de compensação. No entanto, seu desejo esbarra em um contexto social que não vê possibilidades, que inviabiliza, que não cria caminhos alternativos. Sua deficiência é limitante, não porque o seja nas suas condições orgânicas, mas sociais. Brad é visto como deficiente, portador de uma síndrome que de modo generalizante incapacita e limita o sujeito a atuar de forma ativa e eficiente no seu espaço. Para as pessoas Brad não tem personalidade, não tem nada que o diferencie de outras pessoas com deficiência. Brad não é outra coisa senão sua síndrome. A reação subjetiva aos limites inerentes à deficiência e o lugar que ocupa essa condição na totalidade de suas características são desconsideradas.

Se tivesse que sintetizar a trama em uma frase escolheria a de Rubem Alves: O que muda não é a diferença. São os olhos.

A realidade não é algo fixo, estático e imutável. A realidade é dinâmica. E pode ser só uma ilusão.