quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

2008 - Uma retrospectiva pessoal

Não costumo planejar muito. Gosto mais do acaso, embora acredite que o que recebo como acaso, já tenha sido escrito em alguma das muitas agendas passadas que possivelmente rabisquei. De qualquer forma minha meta de vida hoje é ainda me surpreender. Vivo com integridade e trabalho com dedicação, não guardo muitos papéis, nem adianto muito o serviço, estabeleço poucas datas, as imprescindíveis para superar o caos. E aguardo.

Esse ano foi um ano de algumas conquistas. Se tivesse que defini-lo numa palavra diria que foi o ano das parcerias.Profissionalmente comecei março com o encontro presencial realizado com a Apae de Joaçaba, depois de um ano de intercâmbio cultural (virtual). Um momento emocionante que selou minha amizade com a professora Janete com a nossa ida pra vizinha cidade que tem o melhor carnaval do sul do país.

Um problema de conexão me manteve "fora do ar" até junho (trabalho emperrado).Em junho, um novo projeto de intercâmbio envolvendo escolas especiais de Santa Catarina, Rondônia, Tocantins, Minas Gerais, São Paulo e Pernambuco.

Em agosto, através de uma parceria com a empresa Transforming, representante do Inspiration no Brasil, (software para criação de mapas conceituais) recebi do Senhor Ricardo Amoroso, diretor da empresa que se interessou pela minha pesquisa e utilização do software com crianças com deficiência, uma licença gratuíta para poder utilizá-lo em rede no laboratório.

Em final de setembro, com muitos projetos em andamento e feliz com os resultados, recebi um convite para assumir uma nova função na escola.Em novembro, a segunda etapa do encontro presencial e a vinda dos alunos de Joaçaba para Curitibanos, com um roteiro turístico de visitação e atividades de confraternização entre os alunos. (Emoções - parte 2)

Com o coração apertado por interrromper meus projetos e deixar meus pupilos, em novembro assumi o novo cargo.

Fiz amigos queridos e parcerias rentáveis. Vi meu filho crescer numa esperteza só e meu marido trabalhando mais do que sempre.

Termino o ano feliz, com algumas idéias em mente e uma única certeza. Um ano novo se inicia e eu quero poder vivê-lo intensamente.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Incluindo e aprendendo por meio da tecnologia - Divulgação no Informativo Cultura na Rede

Cultura na Rede é um projeto desenvolvido pela Gerência de Tecnologias Educacionais e Infra-Estrutura da Secretaria de Estado da Educação (GETEI/SED). Trata-se de um ambiente virtual voltado para os Núcleos de Tecnologias Educacionais e as Unidades Escolares do Estado de Santa Catarina. Na coordenação do projeto, Luiz Napoleão Vieira.

O informativo do mês de setembro traz nas páginas 07 e 08 um relato de parte do trabalho desenvolvido no laboratório de informática da Escola Especial Hugo Miguel Sulzbach- Apae Curitibanos.

Ao colega Luiz agradecimento especial pela oportunidade, incentivo e divulgação.

domingo, 5 de outubro de 2008

"Ensaios sobre a cegueira" reforça estereótipos incorretos

Depois de um tempo afastada organizando a vida, retomo as postagens desse blog com uma matéria apresentada no site International Business Time, sobre a polêmica gerada no lançamento do filme Ensaios sobre a Cegueira, baseado na obra de José Saramago. Estou ainda lendo o livro e o filme ainda não tive a oportunidade de ver.
Lendo a matéria fiquei pensando que as raízes do preconceito são tão profundas e tão profundamente imbrincadas na nossa forma de conceber e conceitualizar as coisas e o mundo que é muito comum as pessoas muitas vezes nem se darem conta que as pré concebem segundo uma visão distorcida da realidade com base em inferências e idéias cristalizadas em nosso imaginário. Acredito que isso acontece diariamente e que as pessoas passam a entender essas formas de pensamento como algo naturalmente concebido.
Estereótipos são muito utilizados para definir uma "minoria", uma forma que a "maioria" opressora encontrou de definir quem não se enquadra ou não se normaliza. Assim os estereótipos surgem como resultantes desse processo de criação de identidades sociais demarcando imaginariamente quem está dentro e quem está fora, quem pertence e quem não pertence, quem somos nós e quem são eles.
São bastante comuns por exemplo caracterizações como a de que todo síndrome de down é amoroso, todo surdo é agressivo, toda mulher deve ser boa dona de casa, homem que é homem não chora, gordinho é sempre simpático ou preguiçoso... Tais generalizações representam o senso comum, são idéias prontas que tranformam-se em verdades definitivas compartilhadas por grande parcela da população e que como motivadores de preconceito e discriminação devem ser abolidos.
Segue a matéria:
O longa do brasileiro Fernando Meirelles, "Ensaio sobre a Cegueira" continua a criar polêmica. O presidente da Federação Nacional de Cegos norte-americanos (NFB) Marc Maurer, disse que o filme reforça estereótipos incorretos sobre os portadores de deficiência visual.
Nesse contexto o NFB está a preparar um mega protesto contra o longa do brasileiro, que segundo Maurer, será o maior protesto nos 68 anos de história da NFB. As manifestações terão lugar nas salas de cinema de pelo menos 21 estados norte-americanos e foram marcadas para o dia de estréia do longa - o próximo dia 3.
A ideia dos protestos surgiu depois que sete pessoas ligadas à NFB, três delas invisuais, foram a uma sessão especial em Baltimore, na semana passada. Segundo o porta-voz da Federação, Christopher Danielsen, "todos ficaram ofendidos".
Segundo Marc Maurer, o filme retrata os cegos "como monstros". Para este dirigente associativo esta não é uma alegoria sensata para retratar o colapso da sociedade.
"Nós enfrentamos uma taxa de 70% de desemprego e outros problemas sociais porque as pessoas acham que não podemos fazer nada. E o filme não ajuda a melhorar a situação", frisa o porta-voz da NFB.
Na história, uma epidemia misteriosa provoca a cegueira nos habitantes de uma cidade sem nome, que apenas conseguem distinguir uma névoa. As vítimas são obrigadas a estar de quarentena. A actriz Juliane Moore, que faz de mulher do oftalmologista, é a única a não perder a visão, mas finge estar cega para ficar ao lado do marido.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Meme a quem é de meme, reconhecimento a quem não é...

Por indicação de seis queridos amigos blogueiros: a Regina, do Inclusão utilizando as Tecnologias de Informação e Comunicação, a Verônica, do Idéias em Blog, O José Roig, do Letra Viva , a Thaisa Montine do Quimilokos, a Bernardete do Caminhos e o Luiz Dhein recebi nesta semana o Prêmio Dardos. Estes memes nada mais são que o reconhecimento de um trabalho e é sempre bastante gratificante sermos lembrados nestas brincadeiras. As regras para recepção do prêmio implicam em:

Selo do Premio Dardos
  • Exibir a imagem do prêmio, como acima.
  • Criar um link para o blog que ofereceu o prêmio.
  • Entregar o prêmio para outros quinze blogs.

Seguindo a regra indico meus 15 blogs:

Caldeirão de Idéias do amigo Robson Freire

Na ponta dos dedos da colega de luta Andreia de Carli

ABC da Inclusão da Patricia Trigo

A Metamorfose da Libélula, da professora Raquel

Cultura na Rede, do meu amigo Luiz

Um olhar especial sobre a vida na terra, da amiga e professora Janete

Batista 2008, da minha querida amiga Loi

Educon Verde, da Jornalista Débora Menezes

Filosofando, do Gilberto Miranda

Da Colônia para o Mundo das professoras Marília e Roangela

Blogstórias Essenciais da professora Fátima Campilho

Carbono 14, do professor e amigo Daniel Giandoso

E não posso deixar de indicar os blogs dos colegas que me presentearam nessa brincadeira e que já estão linkados acima, afinal são blogs que visito com frequência e amigos por quem tenho muita admiração.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Inspiration

O Inspiration é um programa utilizado para criação de mapas conceituais. Já falei um pouco disso aqui. Excelente para se trabalhar com alunos de diferentes faixas etárias.

Recentemente foi lançada sua mais nova versão com funcionalidades diversas. Uma coisa que descobri recentemente é que além do banco de imagens já inserido no programa existem muitas outras possibilidades, basta clicar o nome em inglês, "house", por exemplo e aparecerão várias ilustrações de casa. Um outra possibilidade muito interessante é que podem ser inseridas figuras ou fotos do arquivo para a construção de qualquer tipo de mapa de acordo com o tema em estudo.

Uma infinidade de possibilidades a disposição do professor, um programa fantástico que estimula a memorização, a organização de idéias, a elaboração de conceitos e a criatividade. Vale a pena conferir.

Aqui um exemplo do que é possível fazer com ele:

(Clique para ampliarModelo de um mapa mental com o tema Olimpíadas

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Excepcionais...Em que?

Esta é uma semana diferente para todas as APAEs do Brasil. Com diferentes nomes, algumas ainda preservam o nome "Semana do Excepcional". Publiquei esse texto no ano passado no Conexão Especial, transcrevo ele aqui.

Planejando algumas atividades para esta semana me ocorreram algumas idéias que gostaria de partilhar com os leitores desse espaço.Esta é para todas as Apaes do Brasil uma semana especial, ainda que longe de ser excepcional.
Recheada de atividades e comemorações a Semana do Excepcional está ainda mais como uma semana de reflexões do que de comemorações.
Tivemos sim, algumas conquistas importantes, mas o caminho ainda é longo e a luta pelos ideais de cidadania e garantia de direitos da pessoa com algum tipo de deficiência ainda parecem um pouco distantes de se concretizarem plenamente.
Se pensarmos um pouco na trajetória histórica do deficiente talvez possamos entender melhor o porquê da pessoa com necessidades especiais ser ainda hoje, alvo de preconceito e discriminação.
A supervalorização e o culto ao corpo perfeito entre os gregos, a questão da deficiência tida como punição dos deuses entre os hebreus, a busca pela eugenia ( raça perfeita) pelos índios e povos nômades, caracterizado como método de seleção natural, são momentos da história em que tais práticas se justificavam, mas que não se sustentam nos dias de hoje, tendo em vista a evolução da espécie humana, do conhecimento, da cultura e da espiritualidade.
Escrevendo este texto, de forma bastante intencional e tomando o cuidado de traduzir com rigor o sentido da palavra, busquei no dicionário a palavra EXCEPCIONAL. Eis os sinônimos: relativo à exceção, anormal, excêntrico, extraordinário, esquisito, incomum. Um termo carregado de preconceito e que reforça o estigma de inferioridade que marca tão profundamente a pessoa com algum tipo de limitação ou deficiência.
De acordo com estatísticas 10% da população tem algum tipo de deficiência, mas o nosso grande desafio, digo nosso, referindo-me principalmente a nós educadores é deslocar a ênfase da deficiência para a da capacidade, das potencialidades, ou como já ouvi por aí: “ É preciso olhar o copo pelo que já foi preenchido e não pela parte que falta para enchê-lo.”É necessário pois, entendermos que estes 10% não representam uma porcentagem à parte, é preciso sim, que nos convençamos que esta parcela representa uma parte insubstituível do 100%. A isto chamo de inclusão.
Por falar em inclusão é bastante comum ouvirmos de pessoas ou de instituições que estas ACEITAM as pessoas com necessidades especiais, sem que se dêem conta daquilo que está oculto, por detrás dessa fala, expressão que reforça, ainda que de forma inconsciente nossa condição de superioridade. Ou seja, quando digo “eu aceito”, me julgo acima, melhor, com condições de.
É preciso revermos os parâmetros que definem normalidade e anormalidade, especial ou deficiente, inclusão ou exclusão. Analisando uma das produções de meus alunos, postadas neste blog, não pude fugir ao questionamento: “ Quem seria o deficiente nesta situação, eu ou ele?” Proponho a todos este exercício, acredito que esta reflexão possa também povoar a mente dos leitores deste texto.
E que possamos rever nossos conceitos...
Excepcionais??? Acho que excepcional é a condição de superação destas pessoas diante de tantas adversidades.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Amplisoft - Software Livre de Comunicação Alternativa

O projeto AMPLISOFT foi desenvolvido pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná. É composto de aplicativos que possuem licença de Software Livre ( GPL ) e executáveis em ambiente Windows. Por serem livres, possuem seus códigos disponibilizados para download, assim como os pacotes de instalação. O objetivo geral dos softwares é propiciar uma melhora no sistema de comunicação alternativa através de técnicas que permitam uma utilização otimizada dos programas com o menor desgaste possível, como: predição e antecipação de palavras e símbolos, sintetizador de voz, autoclique e varredura.
O público a quem se destina os aplicativos são todas as pessoas que possuem algum tipo de limitação motora, que necessitem de auxílio de terceiros para se comunicar ou escrever e que possam ao menos usar um acionador.
Com o programa é possível criar pranchas de comunicação com material impresso, dispensando o uso do computador.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Childsplay

imagem da tela de apresentação do programa, indicando as categoriasChildsplay é um software para se trabalhar com crianças de diversas idades, desde as bem pequenas quanto aquelas em fase de alfabetização. Por sua riqueza de imagens e sons e pela simplicidade e facilidade de comandos é excelente para se trabalhar também com alunos com deficiência intelectual.
Faça o download aqui. Escolha o sistema operacional e siga as etapas conforme a configuração do seu computador.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Ah menino George...

Eu o vi crescer...franzino, de poucas palavras. Chegar à escola tímido, cabisbaixo, desconfiado -como boa parte dos alunos inicia - embora seus olhos cor de jabuticaba declarassem desde muito cedo toda sua esperteza.
Seu comportamento hoje chamou-me atenção. Peço para a turma aguardar um momento, estou ocupada com uma visita. Entre uma conversa e outra espio seu jeito. Concentradíssimo em frente ao computador ele olha, mexe, fuça, entra numa pasta, noutra...Eu indago:
_O que queres? Ele:
_ Aquele jogo que você me deu outro dia! Aquele!
Respondo que não está instalado naquele computador e peço que aguarde.
A conversa se estende, percebo sua inquietação. Ele levanta, troca de micro, ocupando um que ora está vago. Novamente, peço que se sente e aquiete.
Entreto-me com a conversa, esqueço-o por alguns instantes. A visita vai embora, retomo a aula dando as coordenadas para a próxima atividade. Paro, olho para ele que continua concentrado. Na tela, o jogo e ele pra lá e prá cá acompanhando com o corpo o movimento do carrinho. Lembro do jogo e do caminho que percorrera para executá-lo. Pastas dentro de pastas e várias etapas para finalmente fazê-lo funcionar. Não precisaram mais que duas ou três vezes me vendo fazer para que fizesse sozinho. Me espanto, deveria repreendê-lo, chamar sua atenção diante de sua desobediência, mas não consigo.
Em vez disso sorrio em pensamento, disfarçando a alegria que senti em vê-lo desobedecer-me.
Me orgulho, lembro-me de alguns dos primeiros objetivos do meu planejamento anual. Estão lá: desenvolver a autonomia, a iniciativa , capacidade de tomar decisões e de solucionar problemas, a intuição e a capacidade de formular hipóteses. Deixo passar... seu empenho e sua capacidade de superação estão acima da minha necessidade de manter o domínio e o controle sobre ele.
São deficientes...dEficientes. O que seriam se não fossem? Superdotados?
Como me surpreendem e como é bom ser surpreendida! Muitas vezes eu própria duvido! Chego a pensar que não há jeito, menosprezo suas capacidades... Algumas vezes, mais rápido do que esperava, aquela criança que passava o dia embaixo da mesa, escondido, como um animal acuado, de repente me olha e pergunta: O que vamos fazer hoje, professora?
Um misto de alegria, satisfação e orgulho tomam conta de mim. Bate o sinal, outra turma, outras histórias...Tantos Rudis, Denilsons, Ramons, Zés, Carlinhos... quantos Georges ainda desejo encontrar!

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Acessibilidade: além da ótica da caridade ou da obrigatoriedade

figura representando um cadeirante Roteiro de férias, aeroporto de Navegantes, SC. Do lado de dentro observo a movimentação na descida dos passageiros. Uma senhora, a última a descer é carregada por um moço. Algumas pessoas tentam auxiliá-lo dada a dificuldade diante do seu peso e pouca largura da escada o que dificulta a movimentação. Até que finalmente chega ao solo e é colocada na cadeira de rodas. Imaginei o transtorno que fora sua subida.
Esta semana li uma reportagem interessante, um site pornô para cegos que virou fenômeno cult nos Estados Unidos. Chamado Porn for the Blind (Pornô para cegos, em tradução literal), o site oferece clipes sonoros que trazem descrições, gravadas por voluntários, de cenas de sexo disponíveis na Internet. O dado que me chamou a atenção foi que somente no mês de abril o site recebeu mais de 150 mil visitas.
E o que uma coisa tem a ver com a outra?
Tem a ver que o Brasil tem, segundo dados do IBGE algo em torno de 25 milhões pessoas com algum tipo de deficiência, ou seja 15% da população ( censo de 2000 )
Tem a ver que 15% da população é um número bastante razoável e merecedor de atenção e investimentos.
Tem a ver que pessoas com deficiência também consomem, também podem produzir, gerar renda, capital social.
Tem a ver que pessoas com deficiência acessam internet e precisam de sites acessíveis, em contrapartida, geram tráfego, movimentam a economia.
Tem a ver que pessoas com deficiência já não ficam mais internadas em orfanatos ou trancadas em casa, elas estão aí. Também viajam, necessitam de transportes adaptados...
Tem a ver que está na hora de se parar de associar acessibilidade com custos e passar a associá-la a investimentos, lucros... se é assim que a sociedade funciona, é assim que deve ser vista.
Tem a ver que as coisas mudaram, que as pessoas com deficiência hoje também são diferentes, e começa haver, ainda que timidamente um despertar da sociedade para isso, mas é preciso acordar, abrir os olhos, vislumbrar possibilidades.
Na verdade nem precisaríamos estar discutindo essas coisas...Não deveríamos discutir o design universal. Design deveria ser universal por excelência. Design universal é para todos: deficientes, pessoas com mobilidade reduzida ou deficiência temporária, idosos, obesos, enfim...mas para isso é preciso haver uma consciência universal, holística...
Mas enquanto isso não acontece, continuamos falando em desenho universal, escola inclusiva e outras lógicas não tão lógicas...

domingo, 20 de julho de 2008

Oito coisas para fazer antes de morrer

Mais um meme...
Recebi da minha amiga Bernardete do Caminhos para Chegar.

1. Escrever uma lista com 8 coisas que sonhamos fazer antes de morrer.
2. Convidar 8 parceiros(as) de blogs amigos para responder também.
3. Comentar no blog de quem nos convidou.
4. Comentar no blog dos nossos(as) convidados(as), para que saibam da “intimação”.
5. Mencionar as regras.

Vamos lá:

Ter dinheiro pra viajar.
Comer e não engordar.
Trabalhar até a idade suportar, mas parar quando desejar.
Escrever um livro nem que seja pra dar.
Aprender a tocar violão e numa roda de amigos, cantar.
De asa delta um dia saltar.
Ter um cavalo pra cavalgar.
Morrer antes de caducar...

Passo a bola para alguns amigos queridos que me visitam e acompanham minhas postagens:

Verônica, do Idéias em Blog
Raquel, do Metamorfose da Libélula
Luiz, do Cultura na Rede
Eloí
Sindy, do Bloguinfo
Thaíza do Kimilokos
Janete, do Um olhar especial sobre a vida na Terra

domingo, 13 de julho de 2008

Hércules e Jiló

Fazia tempo que estava procurando, mas não conseguia encontrar o link para fazer o download. Encontrei, ele pode ser feito aqui.
O software educativo "Hércules e Jiló" foi idealizado para servir de apoio a intervenções pedagógicas no campo das Ciências Naturais, abordando conceitos relacionados com os seres que existem na Terra (diversidade, características, classificação, relações tróficas, ambientes naturais e construídos etc.).

Hércules é o nome de um menino, Jiló é seu cachorrinho. Eles não existem de verdade, mas se transformaram em personagens principais de um programa de computador educativo, criado na Faculdade de Educação (FE) da Universidade de Brasília (UnB). O programa oferece dez jogos que podem ser utilizados pelas crianças no próprio computador ou fora dele, desde que sejam impressos em papel e montados, como dominós. “Nossa idéia é mostrar que as crianças com necessidades especiais são capazes de aprender”, afirma a professora Amaralina Miranda, especialista na área que conclui no ano de 2005 o doutorado sobre o assunto, na Universidade Nacional de Educação à Distância, em Madrid, na Espanha. No programa, as imagens são alegres e coloridas para chamar a atenção e despertar o interesse pelo aprendizado.
Segundo a psicóloga, o programa é recomendado para crianças com necessidades especiais, mas pode ser utilizado por qualquer uma sem maiores dificuldades. Pelo material, elas entram em contato com as ciências naturais, com imagens animadas e as palavras correspondentes, seguindo uma linha Construtivista, que parte do princípio que a criança constrói o seu saber a partir das influências do meio e das situações de aprendizagem que ela vivencia. O diferencial é que o instrumento foi criado por pedagogos, entre eles o professor da FE, Gilberto Lacerda em parceria com bolsistas do curso de Engenharia de Software e não apenas por profissionais da Informática, o que é mais usual. Por isso, ele tem uma linguagem adequada e consegue atingir o público alvo.
O software já foi validado por 50 professores da Secretaria de Educação do Distrito Federal, que também deram sugestões para aprimoramento e foi aplicado em duas turmas, ao todo, com 18 estudantes, nas escolas da 410 sul e Escola Normal de Brasília. A experiência demonstrou que o programa é um excelente material de apoio ao trabalho docente, pois instiga no aluno construções mais elaboradas através do lúdico, ou seja, elas aprendem brincando.
Ao todo, 600 cópias do material financiado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) serão distribuídas por todo o país.
Para saber mais: Hércules e Jiló

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Entre iguais e diferentes

várias formas humanas sobrepostas As vezes eles me fazem rir; noutras, me emocionar; muitas vezes, pensar...
Uma aula, um bate papo virtual...
Ele, Ju...alegre, dócil, talentoso, mãos habilidosas, exímio dançarino, meiguice em pessoa, síndrome de down.
Conversa vai, conversa vem...eis que a professora chama para conversar um aluno...
Do outro lado, um menino de mesma síndrome.
Jú olha para a tela...seus olhos se iluminam , sua boca se abre num largo sorriso, ele exclama como se estivesse diante de um espelho:
_ Ele é igual eu!!!
Ô conversa animada! Dispensa até a apresentação, parece se conhecerem de longa data, muita coisa pra contar, muito por dividir...Uma identificação fisionômica... Mas não só. Talvez de sentimentos, de emoções...Talvez ele descubra que entre tantas pessoas, exista mais um com dificuldades, alegrias, frustrações, desejos, angústias semelhantes às suas.
Esse fato me fez pensar sobre a necessidade de identificação com nossos pares. O outro constrói a minha subjetividade, e muitas vezes, temos no outro o reflexo de nossa própria imagem, daí a necessidade de aproximação com nossos semelhantes. Necessitamos dessa convivência, desse (re)conhecimento.
Por outro lado, mesmo estes iguais são, sob um outro foco, totalmente desiguais.
De modo geral é comum termos uma idéia equivocada de que entre pessoas com deficiência intelectual existe uma universalidade de características comuns à todos, como se todo autista ou síndrome de down fosse exatamente igual à todos em condição semelhante, negando-se a substancialidade destes sujeitos. Não temos todos especificidades? Não somos todos diferentes uns dos outros? Por que com eles seria diferente? A deficiência é uma característica da pessoa, não a própria pessoa.
No entanto, reconhecer-se, identificar-se, ter necessidade da convivência com nossos iguais não significa isolar-se, segregar-se, excluir-se ou excluir.
Conceitos inseparáveis, igualdade e diferença parecem andar sempre juntas. Inclusão e exclusão também. Uma só existe em função da outra. Se tanto apregoamos a tal da inclusão é porque de fato ela ainda não existe, porque ainda existe preconceito, resistência à mudança, exclusão.
Na mesma proporção, necessitamos do convívio com nossos iguais e com nossos diferentes.
Do convívio com as pessoas surgem afinidades e discrepâncias, sendo ambas importantes para a formação do todo humano que somos. Entre iguais aprendemos a nos reconhecer; entre diferentes, a nos respeitar.

domingo, 22 de junho de 2008

Hibernando

urso polar dormindoOs termômetros chegando à casa dos quatro graus negativos no planalto serrano. Passei o final de semana praticamente hibernando, apenas uma pequena pausa para as refeições e uma passadinha por aqui quebraram essa rotina letárgica.
As mudanças climáticas não afetam apenas a vida selvagem, tive uma prova disso nesses últimos dias. A fome diminui se o corpo não necessitar se exercitar, o ritmo respiratório também...( sufocado embaixo das cobertas).
Gosto de muita coisa no inverno: a moda ( elegantérrima), chocolate quente, sopa de agnoline, pijama de flanela, família reunida em volta de fogão de lenha, pinhão na brasa, cobertor, abraço... Bom demais!
Mas gostei também dessa idéia de hibernar! De quebra ainda ia poder perder uns quilinhos. Tudo de bom!Pena que o ser humano descobriu outras formas de combater as adversidades climáticas...Agora, resta encarar o frio!

Acontece

logo do EducaCampNo dia 28 próximo, acontece em São Paulo o EducaCamp, primeiro encontro de professores blogueiros. O evento acontece no Espaço Gafanhoto, localizado na Av. Rebouças, 3181 - Jardim Paulista. De iniciativa das colegas de portal, Ceila Santos e Lucia Freitas do Desabafo de Mãe e da Cybele Meyer do Educar Já, o evento em formato de desconferência promete altas discussões envolvendo a temática educação/tecnologia. Algumas idéias do que o pessoal estará debatendo por lá está está na pauta do EducaCamp. Aos colegas que estarão participando, o desejo de que aproveitem e se divirtam... afinal, este será para muitos o momento em que o virtual se materializa e que além do aprendizado coletivo, novas amizades se fazem.
A mim, que não poderei estar presente resta aguardar as novidades ( morrendo de inveja).
Maravilhoso encontro à todos!

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Recursos de acessibilidade no Sobre Educação

símbolo da acessibilidade à webUm dos critérios importantes para acessibilidade nas páginas é a equivalência textual para imagens, caso não exista esse recurso os leitores de tela não conseguirão interpretá-la.
A existência de uma imagem ou gráfico sem esse recurso pode ser detectada de algumas formas, alternativas ou não, dependendo do software de fala utilizado. Alguns ficam em total silêncio, outros ainda produzem alguma expressão do tipo "gráfico", ou "imagem", sem que se compreenda o porquê de sua existência.
Na intenção de tornar o "Sobre Educação" um pouquinho mais acessível acabei de testar esse recurso na imagem desse post, um complemento bastante simples mas que pode fazer a diferença para um usuário cego.
As etiquetas (tags) e atributos de imagens em html podem ser "trabalhados" de forma que sempre que passarmos por uma imagem, seja de gif ou jpg, aparecerá uma descrição indicando do que se trata. O maior responsável por esse "milagre" de tornar possível a leitura de imagens é o atributo "alt" (alternat text), que em uma etiqueta de imagem ficaria da seguinte forma:
<img src="imagem.gif" alt="pequena descrição da imagem" >

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Por uma Educação Artesanal

mulher com ferramentas se auto-esculpindoEscola, escola, escola... sou estudante, sou educadora, sou mãe...
Como educadora procuro exercer minha profissão segundo minhas convicções que insistem em não me deixar esquecer que cada criança é única e necessita ser respeitada e estimulada de acordo com o seu processo de desenvolvimento seja ele natural ou prejudicado por fatores diversos.
Como mãe sofro por perceber que alguns professores não pensam exatamente dessa forma.
Sei das dificuldades da inclusão e da luta dos pais que não se acomodam diante das adversidades encontradas ao longo do percurso.
Mas percebo que não é apenas a criança com deficiência que sofre. Sofre também a criança hiperativa, sofre a criança que é tida como imatura, sofre a criança tímida, a insegura, a que tem alguma dificuldade de aprendizagem...Enfim, sofrem todos os que de uma forma ou de outra diferem da maioria, não se encaixam na forma... porque a escola, affff!!!!! A escola ainda não consegue trabalhar com as diferenças. Será que um dia conseguirá?
O problema é que em algumas escolas (ou seria a maioria?) usa-se apenas um tipo de forma, inclusive no tamanho. Alguns ficam espremidos, apertados, sufocados, pobres coitados!!! Magrinhos, gordinhos, baixinhos ou mais altos, todos, sem excessão precisam caber nela, não existe outra opção. Escolas falidas, fadadas ao fracasso por falta de formas.
No preparo da massa, os mesmos ingredientes e nas mesmas quantidades, sempre...O ritual, repetido exaustivamente, tudo muito previsível e friamente calculado. Se ocorre um imprevisto: o dia mais quente, a massa cresce mais rápido...ou, dia mais frio e a massa demora a crescer, seja o que Deus quiser...
As vezes quando percebe-se que a massa não está a contento, pode-se repetir o processo, quantas vezes isso se fizer necessário, ainda que os procedimentos sejam exatamente os mesmos. Algumas vezes, ela não passa nos testes de qualidade e é reprovada.
Tal qual numa linha de montagem a igualdade dos objetos finais é a prova da qualidade do processo. Produção em série e controle de qualidade, são as metas desse modelo. Os produtos que não se encaixam nesse padrão são descartados ao longo do processo. Alguns são banidos logo na primeira seleção.
Os operários? Ah! não são eles os únicos responsáveis. Sobrecarga de trabalho, caixas e mais caixas de produtos empilhados (ou seria enfileirados?) na sua frente, os salários baixos muitas vezes obrigam-nos a ter que trabalhar em várias fábricas!
Enquanto isso continuamos sonhando com uma educação mais artesanal, onde cada obra, ainda que haja a intenção de torná-la igual sempre acabará ganhando um toque especial que a diferencia da original...Com o dia em que pudermos ajudar a modelar cada uma dessas esculturas que passam pelas nossas mãos e vê-las como obras únicas e especiais.
Antes talvez, o educador precise auto-esculpir-se, conscientizar-se da sua responsabilidade, refazer sua dignidade e encontrar seu valor.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Windows Vista: Limite o acesso dos seus filhos à Internet

Conheci esta semana uma ferramenta do Windows Vista: "Controle dos Pais", um utilitário bastante interessante aos pais que querem acompanhar ou limitar o acesso dos filhos à internet.

Configurar Controle dos Pais

Você pode usar o Controle dos Pais para ajudar a gerenciar o modo como as crianças usam o computador. Por exemplo, você pode definir limites no acesso das crianças à Web, os horários em que elas podem fazer logon no computador, bem como os jogos que podem participar e os programas que podem executar.
Quando o Controle dos Pais bloqueia o acesso a uma página da Web ou jogo, uma notificação é exibida informando que a página da Web ou o programa foi bloqueado. Seu filho pode clicar em um link na notificação para solicitar permissão de acesso a essa página da Web ou a esse programa. Você pode permitir o acesso inserindo informações da conta.

Antes de iniciar, verifique se cada criança para as quais você deseja configurar o Controle dos Pais tem uma conta de usuário padrão, pois o Controle dos Pais só pode ser aplicado a contas de usuário padrão. Para configurar o Controle dos Pais para o seu filho, será necessário ter uma conta de usuário de Administrador. O Controle dos Pais não pode ser aplicado a uma conta de usuário de Administrador.
O utilitário Controle dos Pais pode ser localizado rapidamente através da busca do Menu Iniciar.
Para ativar o Controle dos Pais em uma conta de usuário padrão:
1) Clique para abrir Controle dos Pais. Se você for solicitado a informar uma senha de administrador ou sua confirmação, digite a senha ou forneça a confirmação.

2) Clique na conta de usuário padrão para a qual você deseja definir o Controle dos Pais.

3) Em Controle dos Pais, clique em Ativar.
4) Depois de ativar o Controle dos Pais para a conta de usuário padrão do seu filho, você pode ajustar as configurações individuais que deseja controlar. Você pode controlar as seguintes áreas:

Restrições da Web: Você pode restringir os sites que as crianças podem visitar, certificar-se de que as crianças somente visitam sites adequados para a idade delas, indicar se deseja permitir downloads de arquivo e configurar o conteúdo que deseja que os filtros de conteúdo bloqueiem e permitam. Também é possível bloquear ou permitir sites específicos.
Limites de tempo: Você pode definir limites de tempo para controlar quando as crianças têm permissão para fazer logon no computador. Os limites de tempo impedem que as crianças façam logon durante as horas especificadas e, se já estiverem conectadas, serão desconectadas automaticamente. Você pode definir horas de logon diferentes para cada dia da semana.

Jogos: Você pode controlar o acesso a jogos, escolher um nível de classificação etária, escolher os tipos de conteúdo que deseja bloquear e decidir se deseja permitir ou bloquear jogos não classificados ou específicos.

Permitir ou bloquear programas específicos: Você pode impedir que as crianças executem programas que você não deseja que elas executem.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Monitorando o Tráfego

Contadores de acesso e sites que fazem o controle de tráfego de páginas são recursos interessantes e em alguns casos, fundamentais. Um site interessante para essa finalidade é o sitemeter que faz as estatísticas de tráfego desta página. Acompanho com certa frequência a movimentação do Sobre Educação, mas um dado me chamou atenção no dia de ontem: quase 240 acesso em um dia praticamente para uma única postagem, o que não é uma coisa comum em se tratando desta página. No registro do gráfico a comprovação do maior BOOM de acessos diários à uma postagem da história desse blog. "Inteligência Artificial" é a postagem que lidera o ranking.

gráfico comprovando os acessos

terça-feira, 3 de junho de 2008

Avô cria navegador de internet para neto autista

(Do G1 Tecnologia)
John LeSieur trabalha com software e achou curioso o fato de os computadores parecerem inúteis para seu neto de seis anos, Zackary. O garoto tem autismo e tudo o que era apresentado pelo PC o confundia a ponto de ele jogar o mouse, como sinal de frustração.
LeSieur tentou encontrar ferramentas na internet que pudessem guiar seu neto pela web, mas não conseguiu encontrar nada satisfatório. Foi então que ele decidiu criar um navegador, chamado Zac Browser For Autistic Children, em homenagem a Zackary. A ferramenta está disponível gratuitamente aqui.
O navegador simplifica a experiência de usar um computador. Ele bloqueia conteúdo violento, pornográfico ou inadequado para crianças, enquanto dá ênfase a games educacionais, vídeos, música e imagens de entretenimento (como um aquário), disponíveis em páginas de conteúdo gratuito. A idéia é reduzir o controle de crianças como Zackary, que se confundem quando encontram muitas escolhas.
O browser também desabilita itens “desnecessários” do teclado, como "Print Screen", e inutiliza o botão direito do mouse. Isso elimina comandos que as crianças geralmente não precisam e também reduz as chances de criar insegurança entre os autistas.
Os usuários do Zac Browser selecionam atividades usando ícones maiores que os tradicionais. O programa também é configurado para que não exiba anúncios ou outras imagens que possam distrair o usuário. “Tentamos evitar sites complicados ou agressivos, porque o importante na navegação é a auto-estima. Se a situação não estiver sob controle, esses internautas ficam facilmente frustrados”, diz LeSieur.
Geralmente o autismo afeta a habilidade de comunicação das pessoas e Zackary não fala muito. Mas sua mãe, Emmanuelle Villeneuve, disse que o filho navega sozinho usando o browser especial. Ele ouve música e monta quebra-cabeças - atividades que ele já gostava no universo off-line, mas que não conseguia realizar on-line. Além disso, enquanto o garoto tem reações negativas contra a TV, ele não se manifesta da mesma maneira em relação ao computador.

sábado, 31 de maio de 2008

Pelo uso (consciente) da vírgula

Duas pessoas conversando. Uma diz: Como disse? E a outra: Como, disse. Quem usa internet com certa frequência já deve estar acostumado ao famoso internetês...opiniões diversas, a minha diz que é mais uma forma de linguagem, que cumpre bem a finalidade à qual se destina. Particularmente, só não gosto é daquela imensidade de deseinhos que se misturam às letras no MSN formando uma verdadeira carta enigmática, apavorante! Em vez de uma forma ágil de comunicação vira o oposto, acaba-se perdendo um tempão decifrando tantos códigos.
Até mesmo verdadeiros assassinatos à língua portuguesa são permitidos, afinal, ninguém vai interromper uma conversa para corrigir a pessoa do outro lado que escreveu "axo" ou "bixo", embora algumas vezes essa gramática desnormativa me cause verdadeiros arrepios.
Agora, se na internet vale a velha máxima que reza que o importante é comunicar, não dá pra dispensar o uso dos sinais de pontuação. Uma vírgula muda tudo. Numa dessas conversas informais, em determinado momento um colega dizia; "Ah! aquela outra doida..." No contexto da conversa, se ela era a outra doida a primeira era eu! Tudo bem que sou avessa à normose, mas aí a ser chamada de doida já é um pouco demais. Quase tive um surto até me convencer que a intenção era expressar: "Ah! aquela outra, doida"...
Navegando, encontrei uma comprovação para essa minha neurose gramatical em relação ao uso dos sinais de pontuação. Afinal de contas, uma vírgula muda tudo e o uso consciente deste recurso pode dissipar qualquer tipo de ambigüidade.
A vírgula pode ser uma pausa... ou não.
Não, espere.
Não espere.

Ela pode sumir com seu dinheiro.
23,4.
2,34.

Pode ser autoritária.
Aceito, obrigado.
Aceito obrigado.

Pode criar heróis.
Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.

E vilões...
Esse, juiz, é corrupto.
Esse juiz é corrupto.

Ela pode ser a solução.
Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.

A vírgula muda uma opinião.
Não queremos saber.
Não, queremos saber.


E pode multiplicar doidas...E nesse caso a vírgula não é um elemento neutro. Uma vírgula muda tudo.
Para que ninguém mude uma vírgula da sua informação.

sábado, 24 de maio de 2008

Eu sou uma DIVA (???)

Fui surpreendida hoje com um selinho oferecido pela minha amiga Thaiza Montine lá do Quimilokos. (Será que isso tem a ver com esta indicação??? Quimilokos (...) de louco todo mundo tem um pouco...) Brincadeirinha amiga! É porque Divas pra mim lembram figuras ilustres, a saber: Madonna, Paris Hilton, Céline Dion... superpoderosas, ricas, lindas, famosas... ou modelos de comercial de sabonete LUX. Por aí já dá pra ver que nessa categoria e com esse conceito essa pessoinha aqui está descartada. Mas como estou recebendo, esse conceito aí já deve estar ultrapassado... enfim, não sei quais características, qualificações, virtudes ou adjetivos me valeram esse título, mas posso dizer que já estou "me achando" quer dizer, me sentindo a própria. Adorei!!! EU SOU UMA DIVA!!!! nem que seja DIVAgando!!!
Prometo que logo, logo faço as minhas indicações, mas antes preciso refinar o meu conceito.

Autistando...

Quando me recuso a ter um autista em minha classe, em minha escola, alegando não estar preparado para isso, estou sendo resistente a mudança de rotina.
Quando digo a meu aluno que responda a minha pergunta como quero e no tempo que determino,
estou sendo agressivo.
Quando espero que outra pessoa de minha equipe de trabalho faça uma tarefa que pode ser feito por mim, estou usando-a como ferramenta.
Quando numa conversa, me desligo "viajo", estou olhando em foco desviante, estou tendo audição seletiva.
Quando preciso desenvolver qualquer atividade da qual não sei exatamente o que esperam ou como fazer,
posso me mostrar inquieto, ansioso e até hiperativo.
Quanto fico sacudindo meu pé, enrolando meu cabelo como o dedo, mordendo a caneta ou coisa parecida,
estou tendo movimentos estereotipados.
Quando me recuso a participar de eventos, a dividir minhas experiências, a compartilhar conhecimentos,
estou tendo atitudes isoladas e distantes.
Quando nos momentos de raiva e frustração, soco o travesseiro, jogo objetos na parede ou quebro meus bibelôs,
estou sendo agressivo e destrutivo.
Quando atravesso a rua fora da faixa de pedestres, me excedo em comidas e bebidas, corro atrás de ladrões,
estou demonstrando não ter medo de perigos reais.
Quando evito abraçar conhecidos, apertar a mão de desconhecidos, acariciar pessoas queridas,
estou tendo comportamento indiferente.
Quando dirijo com os vidros fechados e canto alto, exibo meus tiques nervosos, rio ao ver alguém cair,
estou tendo risos e movimentos não apropriados.
Somos todos autistas.
Uns mais, outros menos.
O que difere é que em uns (os não rotulados), sobram malícia, jogo de cintura, hipocrisias e em outros (os rotulados) sobram autenticidade, ingenuidade e vontade de permanecer assim.
Scheilla Abbud Vieira
Os trechos em negritos são alguns dos principais sintomas da Síndrome do Autismo.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Pais e Professores: Quem ensina e quem educa?

duas mãos em ato de cumprimento Pais são de marte, professores são de vênus. Recebi um texto com este título esta semana em uma reunião de pais. Discordei, embora perceba que de fato existe uma forte tendência idiossincrática que coloca pais de um lado e professores de outro como se cada um fosse guiado por interesses próprios e específicos. Quem educa e quem ensina? Seria essa divisão de funções necessária? Creio que não. Penso que pais e professores precisam assumir ambos esses papéis.
Em destaque, alguns recortes do texto:
Pais querem que os filhos estejam bem preparados, professores querem que os alunos aprendam.
Eu diria: Pais e educadores devem ter como objetivo formar filhos e alunos bem preparados para a vida, respeitando suas possibilidades. Muitos destes talvez não atinjam os níveis de escolarização por nós desejados, ainda assim é necessário dotá-los de competências e habilidades de modo a prepará-los da melhor forma possível para a convivência e sobrevivência em sociedade.
É função da escola mostrar para a família as regras.
Famílias têm suas próprias regras, assim como qualquer outra organização. Isso não é função da escola. É função da escola formar o cidadão, construir conhecimentos, atitudes e valores que tornem o aluno solidário, crítico, ético e participativo.
Para formar o adulto bem preparado é preciso ser exigente.
Para formar o adulto bem preparado é preciso exigir, conscientizar, envolver, amar,conhecer, ouvir, orientar, refletir, observar, comprometer-se, auxiliar, respeitar...
Na primeira nota baixa do aluno o pai vem reclamar. Pai quer resultado mas não quer cobrança.
Discurso generalizante e reducionista. Muitos pais querem entender o que aquela nota representa e o que fazer para auxiliar os filhos. Muitos querem entender justamente para não precisarem ser cobrados pela falta de atenção com os filhos. Não são os pais que não gostam de ser cobrados, acaso professores gostam?
Em casa a criança é especial e, na escola faz parte de um grupo e precisa obedecer à regras.
Em casa e na escola a criança deve ser especial e precisa obedecer à regras.
Os pais querem o bem dos filhos, concentram-se nos desejos deles e pensam no imediato,enquanto os professores querem educar a coletividade e para o futuro.
Generalizante dos dois lados.
Pai e mãe não são amiguinhos. Eles têm papel pesado de cobrar e delimitar espaço.
Pai e mãe, além de serem amigos, devem cobrar e delimitar espaço.
Um dos maiores conflitos entre pais e professores vem da dificuldade que é para os pais ouvirem outra pessoa falar de seus filhos.
Acaso os professores conseguem essa proeza enquanto pais?
Professores não podem obrigar os alunos a querer aprender.
Nem professores, nem pais, mas ambos podem estimular a criança ao prazer da descoberta e do aprender.
Essa impossibilidade de conviverem num mesmo espaço reside na compreensão e diferenciação do que significa ser professor e ser educador, que apesar de se confundirem no cenário da escola são seres absolutamentes distintos, que habitam espaços realmente diferentes, com visões e metas igualmente diferenciadas.
Professor como mero transmissor de conhecimentos já não cabe nesta era denominada tecnológica. Para transmitir conhecimentos pura e simplesmente, convenhamos que existem recursos bem mais atrativos e instigantes.
Enquanto pais e professores habitarem espaços diferentes não haverá educação de qualidade. É necessário que estes através de um diálogo aberto possam estar em rotas paralelas e não em rotas de colisão.

domingo, 11 de maio de 2008

Sobre Educação...Agora dos filhos.

Acho que essa mensagem cai muito bem neste dia das mães...
Mães, do Pedro Bial.

Mães, geralmente é a vocês que cabe a educação dos filhos,
sobretudo no capítulo modos à mesa, arrumação do quarto etc.
Não sejam preguiçosas! É mais fácil fazer que ensinar.
Mas tenham coragem, ensinem.
E comecem cedo para que os bons hábitos se tornem uma segunda natureza e não um procedimento para se ter só na frente das visitas.
Seja rigorosa! Eles vão te odiar às vezes.
Você vai querer esganá-los freqüentemente.
Faz parte entre as pessoas que se amam.
Mas um belo dia alguém vai dizer o quanto seu filho é educado, prestativo, gentil, querido.
Você vai desmaiar de surpresa e felicidade.
Eu nunca me esqueço daquela história da mãe que se dirigiu a uma especialista em boas maneiras para saber com que idade ela deveria colocar seu filho no curso.
Ao saber que o filho estava com três meses de idade ela respondeu:
“Mas talvez já seja muito tarde!”.
Não morra de vergonha se seu filho der um vexame na frente dos seus amigos.
Não valorize os erros nem dê bronca em público.
Nunca trate a criança com se ela fosse uma débil mental, elas entendem tudo!
Use sempre um bom vocabulário.
Isso aumenta a capacidade lingüística das crianças
e não fique para morrer de culpa se algum dia precisar frustrar seu filhotipo promessa que não pode ser cumprida, etc.
Apesar do que dizem os especialistas, uma frustraçãozinha de vez
em quando prepara a criança para aprender a suportá-las quando no decorrer da vida elas infelizmente acontecerem.
O palavrão. É dito por todos. Até em televisão, escrito nos jornais, etc.
Pretender que uma criança não repita é puro delírio. Vamos moderar.
Mas a regra de ouro seria: palavrão na linguagem corriqueira uma coisa,
mas não pode ser usado jamais na hora da raiva, da briga.
Isso vale também para os adultos.
Ensinem, obriguem seus filhos a cuidarem da bagunça que fazem.
O copo de Coca-Cola? De volta pra cozinha.
A revistinha que acabou de ler? Para o quarto.
Os milhares de papeizinhos de Bis? Amassar e jogar no cinzeiro.
A lista não tem fim porque a imaginação de uma criança para
instalar o caos onde quer que esteja é também infinita.
Alguns mandamentos:
Não sair pra se servir correndo na frente dos outros.
O ideal, aliás, seria que as crianças até certa idade fizessem as refeições antes dos adultos,
com as mães ali ao lado, patrulhando as boas maneiras.
Não deixar cair um grão sequer na mesa. Não encher demais o prato. Há fome no mundo, etc, etc... Se encher que coma tudo.
A partir dos cinco anos, não cortar a carne toda de uma vez.
Cinco? Talvez eu tenho exagerado. Sete.
Não misturar carne com peixe.
Macarrão com farofa, etc. Isso é cultura.
Pedir licença pra se levantar quando a refeição terminar,
pode alegar que precisa estudarpara evitar aquela tortura deficar na mesa até a hora do café.
Um suplício.
Não bater a porta do quarto com estrondo nem quando brigar com o irmão.
Só gritar se for por mordida de cobra.
Ou ficar mudo ou estático dentro do elevador.
Não chamar a amiga da mãe de tia. Alias não chamar ninguém de tia a não ser as tias de verdade. E só pra deixar bem claro: tia Rosina, tia Helena, nunca tia só.
Eu adoro bebes!
Quando começa a idade da correria, eu confesso que já adoro um pouco menos. Eu tenho que dizer isso bem baixinho pra não ofender as mães.
Vamos então falar dessa fase sublime:
Elas gostam de passar no espaço de quinze centímetros que existe entre o sofá e a mesa, brincam de pique numa sala de dois por três.
Colocam a cadeira na frente da televisão, se penduram nos lustres, pintam as paredes da sala, o teto e etc, etc e tudo aos gritos.
Eu penso que esta talvez seja a fase de maior energia do ser humano.
Ah, é a idade das guerras de travesseiros, das almofadas que voam pela janela.
Jovens pais adoram essas traquinagens. Tudo bem.
Mas não ache tão estranho se alguns de seus amigos não curtirem tanto quanto você essa fase tão adorável dos seus filhotes.
Crianças são difíceis mesmo, é preciso muita paciência pra agüentar o que elas freqüentemente aprontam.
Mas as crianças crescem, e um dia querem trazer a namorada pra dormir em casa.
Dinheiro para o Motel só se você der. Então o que fazer?
Claro, a gente compreende a situação mas francamente,
ter que cruzar no corredor com a gatona despenteada de camiseta e escova de dente na mão talvez perguntando:
“Tia, dá pra me emprestar uma escova de cabelo?” OK, dá.
Mas e se você tem três filhos? Vão ser três gatonas?
Acho que eu liberaria a casa nos fins de semana e iria dormir no sofá da casa da minha mãe,
de um amigo, no banco da praia, deixando a garotada à vontade. Eles e eu numa boa.
Mas só até domingo às dezenove horas, nem um minuto a mais.
Mesmo os filhos mais modernos costumam ser caretésemos em relação as suas próprias mães. Portanto, vá anotando, na frente dos filhos:
Mãe não namora, não toma mais de um drink, não fala que acha o Jeff Bridge um tesão.
Perdão! Mãe não pronuncia essa palavra. Nem sabe o que quer dizer.
Não usa mini-saia, não pode adorar Madona, só pode gostar de Roberto Carlos, Julio Iglesias. Eles te amam, mas essas preferências sempre incomodam.
Nem amigos comuns se deve ter por precaução.
Portanto quando o destino colocar vocês na mesma festa, pareça o que eles querem que você seja, anule-se.
Tenha pouca, pouquíssima personalidade.
Faça o tipo distinto e alegre, se possível, use uma peruca grisalha.
Seja discreta e assexuada, tenha poucas opiniões,
se enturme com os mais velhos e trate os mais jovens
como se fosse assim uma tia simpaticona, nada mais.
Ria das histórias deles e não conte nenhuma sua. Mãe não tem passado.
Só fale de receitas, crianças, se ofereça pra levar um vestido na costureira pra consertar,
tenha bons endereços pra fornecer.
Dicas de cozinha, conte como era o mundo do seu tempo,
seus filhos vão adorar e depois dessa festa,
vá correndo tomar um whisk duplo no bar do Bonju pra não ter um enfarte.
Em compensação, na frente dos netos, faça tudo que não deve e muito mais!
Netos costumam adorar avós, digamos, fora dos padrões.
É que eles sabem que vão poder contar com elas como fortes aliadas nas crises de caretice dos pais.
Cruel? Não... apenas verdade.
E mais: Isso é que faz o Equilíbrio da Vida.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Câmera Mouse - A tecnologia promovendo Inclusão

Descobri esta semana uma nova tecnologia que vem sendo utilizada em pessoas com tetraplegia. Estima-se que 2 milhões de pessoas convivem com lesões medulares (SCI) e a cada 49 min uma outra sofre nova lesão. Desse total, 48,7% ficam tetraplégicos.
Com a impossibilidade de utilizar os membros superiores, as pessoas tetraplégicas ficam privadas do uso dos computadores pessoais. Visando criar um novo dispositivo de entrada independente das mãos, projetou-se um sistema de controle para cursor de mouse por meio do movimento da cabeça de um usuário posicionado à frente de um computador rodando no sistema operacional Windows 95 (ou superior). Sobre o monitor, coloca-se uma câmera de vídeo colorida (padrão NTSC- webcan) que captura imagens da cabeça do usuário e, utilizando técnicas de processamento digital de imagens (PDI), converte-as em informações necessárias para que o cursor do mouse se desloque na direção solicitada.
No projeto desenvolvido, uma fita, do tipo testeira esportiva, é colocada na cabeça do usuário. No centro desta fita, há um círculo pintado de azul, que é o ponto de referência que a câmera de vídeo deve procurar quando captura uma imagem. Esta busca pelo centróide é realizada utilizando técnicas de PDI.
Uma vez localizada a coordenada, o cursor do mouse é deslocado para a sua nova posição, que é proporcional ao deslocamento do centróide do círculo na imagem capturada. Qualquer movimento da cabeça, horizontal e/ou vertical, desloca o círculo fixado na testeira. Como a câmera de vídeo está recebendo imagens do usuário, este deslocamento refletir-se-á nas imagens, fazendo com que o centróide do círculo mude de coordenada. Esta mudança afetará, proporcionalmente, a posição do cursor do mouse na tela do computador. O clique simples do mouse é emulado quando o usuário fica pelo menos n segundos sem mover a cabeça e o duplo clique quando fica n+1 segundos.
O download desse programa pode ser feito nesta entrada aqui.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Assim Caminha a Educação...

Clique na imagem para visualizar.














quarta-feira, 7 de maio de 2008

Torre de Hanoi

Mais uma atividade que considero excelente para trabalhar com alunos com deficiência intelectual, por dar ao professor a possibilidade de acompanhar o processo de raciocínio do aluno e a capacidade de resolução de problemas. Pode-se começar com um número reduzido de discos e ir aumentando o grau de complexidade conforme o aluno for superando as dificuldades.
As Torres de Hanói são um quebra-cabeças que consiste em uma base contendo três pinos, onde num deles, são dispostos sete discos uns sobre os outros, em ordem crescente de diâmetro, de cima para baixo. O problema consiste em passar todos os discos de um pino para outro qualquer, usando um dos pinos como auxiliar, de maneira que um disco maior nunca fique em cima de outro menor em nenhuma situação. O número de discos pode variar sendo que o mais simples contém apenas três.

As Torres de Hanói tem sido tradicionalmente considerada como um procedimento para avaliação da capacidade de memória de trabalho, e principalmente de planejamento e solução de problemas.

A Lenda
Existem várias lendas a respeito da origem do jogo, a mais conhecida diz respeito a um templo cosmopolita holandês, situado no centro do universo sub-aquático oceanico. Diz-se que Brahma supostamente havia criado uma torre com 64 discos de ouro e mais duas estacas equilibradas sobre uma plataforma. Brahma ordenara-lhes que movessem todos os discos de uma estaca para outra segundo as suas instruções. As regras eram simples: apenas um disco poderia ser movido por vez e nunca um disco maior deveria ficar por cima de um disco menor. Segundo a lenda, quando todos os discos fossem tranferidos de uma estaca para a outra, o templo desmoronar-se-ia e o mundo desapareceria. Hans supostamente inspirou-se na lenda para construir o jogo, o qual tornou-se muito popular na China Oriental.

Soluções:
Solução do problema com uma torre de quatro discos.É interessante observar que o número mínimo de "movimentos" para conseguir transferir todos os discos da primeira estaca à terceira é 2n-1, sendo n o número de discos. logo:

Para solucionar um hanoi de 3 discos, são necessários 2³ -1 movimentos = 7 movimentos.

Para solucionar um hanoi de 7 discos, são necessários 127 movimentos.

Para solucionar um hanoi de 15 discos, são necessários 32.767 movimentos.

Para solucionar um hanoi de 64 discos, como diz a lenda, são necessários 18.446.744.073.709.551.615 movimentos.

Você pode jogar aqui ou aqui ou fazer o download aqui. Uma dica do meu amigo Frederico do Teia é que o jogo também pode ser acessado através do GCompris que sugeri alguns posts abaixo.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Pandorga Gnu Linux

O Pandorga é uma distribuição GNU/Linux baseada no Kurumin e Debian com o propósito ser usada em laboratórios de aula das escolas de ensino fundamental e por alunos desta faixa etária. Este é um Software Livre gratuíto que pode ser adquirido e utilizado livremente sob a licença GNU/GPL.
Focado no uso educacional fundamental, sua apresentação é limpa, organizada e divertida, permitindo que os pequenos usuários se divirtam e não desviem o foco do aprendizado durante as aulas. Uma das exigências deste sistema é estar devidamente traduzido para o português com uma linguagem voltada às crianças.
A distribuição desenvolvida foi batizada de Pandorga GNU/Linux, nome gaúcho para papagaio ou pipa, que simboliza a liberdade de vôo, ou, a liberdade de novos horizontes, novos conhecimentos e possibilidades através de uma brincadeira infantil.
O Pandorga reúne uma série de softwares educacionais como o Gcompris que também está incluído.

domingo, 27 de abril de 2008

Sobre Blogar

Depois da última que li no Blog da Vanessa, o Ciberespaço na Escola relatando uma pesquisa realizada na Austrália e divulgada pelo ABC News que diz que blogar faz bem à saúde deixando as pessoas menos ansiosas e deprimidas, li esta postagem do Saber é Bom Demais que apresenta uma notícia publicada no The New York Times no início deste mês. Segundo o grande portal, na Flórida, um problogger na área de tecnologia, morreu de ataque cardíaco aos 60 anos. Em dezembro passado, outro blogueiro de 50 anos, já havia falecido por problemas cardíacos e um terceiro blogueiro, este de 41 anos também teve um infarto, porém sobreviveu.
Tirando a veracidade e a possível relação das mortes com o fato de serem blogueiros profissionais - porque não sei desde quando isso existe mas o fato é que virou profissão - a conclusão que chego é que blogar pode diminuir a ansiedade ou aumentá-la; deixar as pessoas mais felizes ou torná-las ainda mais infelizes; tornar a vida melhor ou gerar um mal súbito e em casos extremos, levar à morte; te realizar, ou invariavelmente, induzir à frustração; servir para ocupar seu tempo ocioso ou te escravizar.
O fato é, que em excesso até água faz mal.
Particularmente não tenho compromisso nenhum com meu blog que possa provocar algum tipo de reação adversa. O que faço, faço a meu bel prazer e no intuito de eventualmente auxiliar as pessoas com algumas dicas e umas coisinhas para pensar...
Blogar me dá prazer e me faz feliz... Desse mal eu não morro!

domingo, 20 de abril de 2008

Narcisistas... ou mal educados?

Narciso era um jovem e belo rapaz que rejeitou a ninfa Eco, que desesperadamente o desejava. Como punição, foi amaldiçoado de forma a apaixonar-se incontrolavelmente por sua própria imagem refletida na água. Incapaz de levar a termos sua paixão, Narciso suicidou-se por afogamento.
É final de semana... você resolve sair um pouco da rotina. Um evento que vai escolher a mais bela representante da sua cidade num concurso de beleza é a opção.
Você se programa para não chegar atrasada e para conseguir um bom lugar na arquibancada que nesses dias fica lotada.
Você consegue chegar no horário previsto, ainda há alguns lugares vagos... você escolhe o lugar, distribui as almofadas para ficar mais confortável, senta-se e aguarda o início do desfile. O ginásio lota e em pouco tempo já não há mais lugares. Aí você comemora sua visão privilegiada e o fato de não estar no meio daquela balbúrdia, espremida como uma sardinha enlatada. Doce ilusão...
Uma meia dúzia de desavisados resolvem, ignorando toda a platéia que está atrás posicionarem-se em frente...e em pé. ( mesmo com alguns lugares ainda vagos na primeira arquibancada).
A visão da beleza é substituída pela visão de corpos na sua frente, que indiferentes ao transtorno que estão causando continuam ali, como se no mundo só existissem eles e seus umbigos.
Você tenta ser educada...
Tentativa 1: Moço, será que você pode se sentar? Está atrapalhando...
Ele ouve, vira-se para trás, fala qualquer coisa, senta um pouco, levanta...
Você parte para ironia:
Tentativa 2: ( fala bem alto) Ainda bem que tem gente que se importa com os outros!
Nesse interim já se formou uma barreira intransponível na sua frente, todo mundo ouve, mas faz de conta que ninguém ouviu.
Você tenta, por um vão, em vão...A essa altura do campeonato seu bom humor e sua paciência já foram pro espaço...
Tentativa 3: Você só tenta se acalmar e não perder o controle de vez!
Tentativa 4: você tenta encontrar a saída, pega a sua almofada e vai embora.
No caminho para casa você reflete, num misto de decepção e frustração:
Concurso de beleza... O que você assistiu foi um espetáculo de falta de educação. Malditos narcisistas!!! Loucamente apaixonados por si mesmos... O que falta à uns, sobra a outros. Como denominar esse sentimento "demasiadamente excessivo"? Amor próprio ou impróprio?
Que Freud explique porque eu definitivamente não entendo.
E que me perdoem os leitores desse espaço o desabafo, mas aqui a gente fala de educação e educação.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Hoje é dia de Blogagem Coletiva: O que você faz para acabar com o analfabetismo no Brasil?



De formação pedagoga, com especialização em alfabetização já trabalhei diretamente alfabetizando. Hoje posso dizer que meu trabalho reflete indiretamente nessa área. Atuo em uma escola de Educação Especial, APAE. Sou muito a favor da inclusão e acho que este é o caminho para uma sociedade menos desigual, segregacionista e excludente, embora acredite que a inclusão escolar é apenas uma faceta da questão que é muito mais ampla e complexa. Os desafios são permanentes.
Já tive a felicidade de ver alunos especiais adultos se alfabetizando, isso me fez crer ainda mais na possibilidade e na capacidade de superação de limites destas pessoas quando utilizados recursos e estímulos eficientes e quando respeitadas as diferenças individuais. Um investimento de anos a fio, de trabalho árduo e diário, sem desacreditar nunca na possibilidade da aprendizagem.

O trabalho com crianças com deficiência intelectual em idade escolar está voltado hoje, ao desenvolvimento das funções psicológicas superiores, propondo-se a mediar processos de elaboração conceitual a partir dos pressupostos histórico-culturais, para que dessa forma possam desenvolver, entre outras habilidades, a de leitura e escrita.

Mas alfabetizar sujeitos com algum tipo de deficiência é uma tarefa que vai muito além da simples decodificação de símbolos, passa por ampliar o sentido da palavra alfabetização, que nesse enfoque não pode ser visto apenas no seu sentido acadêmico, intelectualizado, mas numa abordagem mais ampla de forma que esse processo sirva como suporte para a sua independência como indivíduo inserido num plano social.

Alunos com deficiência necessitam de um olhar diferenciado, de um projeto que inclua sem desconsiderar as especificidades que lhes são próprias. Existem limitações e existem incapacidades, mas existem os que aprendem o que todos aprendem de formas diferentes...E se olharmos por essa ótica muita coisa se torna possível.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Dia do Índio e Currículos Turísticos

A exemplo de outras datas, dia da mulher, dia do excepcional, mais uma que a meu ver deveria ser abolida por razões óbvias. Ao serem "comemoradas" essas datas reforçam quem são as minorias silenciadas na nossa sociedade. Já falei um pouco disso aqui.
A educação, enquanto processo dialógico, formativo e transformativo supõe não apenas uma reprodução do saber e da(s) cultura(s) mas também uma produção de novos saberes e de novas expressões culturais, o que significa uma educação menos reprodutiva e mais produtiva.
Mas a realidade é outra. A escola ao longo da história privilegiou os herdeiros de uma cultura dominante em detrimento de outras tantas. Isso é visível quando nos currículos comtemplamos essas datas de forma descontextualizada aos quais denominamos currículos turísticos, aquelas datas visitadas com dia e horário marcado... O índio estudado apenas no seu dia, e totalmente esquecido ao longo do ano escolar.
Uma prática que valorize as diferenças transporta para a escola os saberes do quotidiano dos diversos grupos, trabalhando-os, não de forma esporádica e fragmentada, mas contextualizada e vivenciada por processos interagidos. Um currículo multiculturalista e anti-marginalização é aquele que se propõe a trabalhar as questões de preconceito e discriminação em todos os momentos, em todas as tarefas acadêmicas.
Por conta de idéias reducionistas e generalizantes essas minorias continuam excluídas e marginalizadas, como por exemplo as que concebem índios como canibais ou infanticidas. Ora, não seria o mesmo que dizer que todos os homens brancos ateam fogo em índios ou espancam empregadas domésticas? O discurso da alteridade pode ser interessante para analisarmos a ótica das coisas...
Nem discurso progressista, nem justificado pelo viés da solidariedade, isso é apenas uma análise teórico/reflexiva que visa trazer ao debate questões muitas vezes cristalizadas no imaginário das pessoas de formas equivocadas.
É preciso trazer à tona estas questões e é no interior das salas de aula que ocorrem processos de reflexão, democratização, participação, estudo, trocas, questionamentos, rupturas, desmistificação ou num outro extremo: reprodução, alienação, silenciamento, opressão, submissão, marginalidade.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Inteligência Artificial

Educação, educação especial e tecnologias...nos meandros desse meu universo profissional, me deparei com um texto sobre Inteligência Artificial.

“Inteligência Artificial (IA) é a área da ciência da computação orientada ao entendimento, construção e validação de sistemas inteligentes, isto é, que exibem, de alguma forma, características associadas ao que chamamos inteligência”.(Rich & Knight, 1994)
Lembrei do filme com o mesmo tema de Steven Spielberg. Numa Terra futurista, onde parte das terras foi inundada pela elevação do nível dos mares e andróides convivem com os seres humanos, um cientista resolve, após perder seu filho, criar um robô com todas as características daquele - inclusive a capacidade de pensar e sentir.
Poderíamos pensar que isto é apenas uma obra de ficção. Sim, isto é ficção científica. Mas esse esforço pseudo criador do homem já o fez descobrir formas de clonar o ser humano, e isso é real.
Várias histórias e vídeos inclusive infantis como a de Pinóquio e da família Jetsons simulam a vida de bonecos e robôs que se tranformam ou convivem com humanos como se fossem os próprios e criam no imaginário das crianças essa possibilidade.
Conviverão eles com estes seres fictícios? Devo confessar que isso muito me espanta. Os estudiosos afirmam: Em 20 ou 30 anos, teremos capacidade tecnológica para construir um robô com a mesma quantidade de computação do cérebro humano.
Dados e comparações:
Os cérebros e os computadores digitais executam tarefas bastante diferentes e têm propriedades distintas. Existem 1000 vezes mais neurônios no cérebro humano típico do que portas lógicas na CPU de um computador de ponta típico. A lei de Moore* prevê que por volta de 2020, o número de portas lógicas da CPU será igual ao número de neurônios do cérebro humano. É claro que pouco se pode deduzir de tais prognósticos, além disso, a diferença na capacidade de armazenamento é secundária em comparação com a diferença em velocidade de comutação e em paralelismo. Os chips de computadores podem executar uma instrução em um nanosegundo, enquanto os neurônios são milhões de vezes mais lentos. Porém os cérebros mais do que compensam essa diferença, porque todos os neurônios e sinapses estão ativos ao mesmo tempo, enquanto a maioria dos computadores atuais tem apenas uma ou no máximo algumas CPUs. Desse modo, embora um computador seja um milhão de vezes mais rápido em velocidade de comutação bruta, o cérebro acaba sendo 100.000 vezes mais rápido no que faz.
* A Lei de Moore diz que o número de transitores por polegada quadrada dobra a cada período de 1 a 1,5 ano. A capacidade capacidade do cérebro humano dobra aproximadamente a cada período de 2 a 4 milhões de anos.
Se as estatísticas se confirmarem, não há dúvida...em breve o modelo Jetsons será o novo modelo de estrutura familiar.Já começo a imaginar... modelo de casa perfeita, a matriarca(euzinha) mulher vaidosa, sempre em busca de modernidade e excelente dona de casa, tem uma Rose vinte e quatro horas inteiramente a seu dispor - logo eu que não tenho nem empregada..." Rose, lê meus emails, Rose, leva as crianças pra passear, Rose, prepara o jantar"...nunca mais precisar passar roupas...Perfeito!
Mas como isso é apenas um sonho futurista e eu não tenho uma Rose, eu paro por aqui, tenho uma pilha de louça pra lavar...